BOLDO DO CHILE


Peumus boldus

Originário do Chile, onde o boldo forma verdadeiras matas de arvores em diversas regiões e no norte se restringe quase que exclusivamente à cordilheira costeira dos Andes.
Descrição : Da família das Monimiáceas, também conhecido como boldo verdadeiro.
As matas de boldo no Chile são mais comuns até 900m de altitude, em geral sobre solos secos com exposição norte, pedregosos, sem terras finas.
Outrora o vale longitudinal chileno possuía extensas matas nativas de boldo, mas hoje estão praticamente destruídas. Frequentemente o gado é levado a pastar nas matas de boldo, o que dificulta ou impede a renovação natural desta planta quando o pastoreio é muito extenso.
É utilizada em combinação com outras plantas aromáticas, na indústria de licores e bebidas alcoólicas amargas. Os incas utilizavam as propriedades do boldo contra sangramentos e como amargo estimulante do estômago.
As propriedades medicinais do boldo foram descobertas incidentalmente através do carneiros. Encaminhados por acaso aos contrafortes da Cordilheira dos Andes, no Chile, alguns rebanhos de carneiros, não encontrando outro tipo de alimentação, passaram a comer as folhas de boldo, que cresce aí em abundância.
Depois de alguns meses, os pastores notaram que os animais estavam curados das doenças do fígado e da prisão de ventre que lhes são característicos. Daí então o boldo ficou conhecido como planta curativa.
Parte Utilizada : Folhas e óleo.
Habitat: Nativo do Chile central e do Peru.
Indicação : Atribuem-se ao boldo, incontáveis virtudes medicinais, tônicas e excitantes, constituem em decocções medicamento especialmente indicado para afecções do fígado e do estômago.
De modo geral atuam contra as seguintes enfermidades: hepatites, litíase biliar, cólicas hepáticas e congestões do fígado, flatulência , dispepsia, dores de estômago, distúrbios gástricos e digestivos, inapetência, fraqueza orgânica, tonturas e insônia, prisão de ventre e cólicas intestinais, reumatismo e gonorreia. Combate a má digestão, fortifica o estômago e os nervos.
Combate a insônia, limpa as manchas da pele, especialmente as do rosto causadas por distúrbios do fígado.
Usa-se o cozimento do boldo externamente para banhos e pedilúvios no combate ao reumatismo, à hidropisia, afecções da pele, sífilis, Blenorragia e a outras enfermidades semelhantes.
O boldo promove o aumento da produção e fluxo de bílis e regula a atividade da vesícula biliar.
perfume do boldo recorda aquele da hortelã e da melissa.
A madeira seca do tronco é excelente para serviços de torno em marcenaria e carpintaria, a madeira é castanho oliva, de grande dureza e durabilidade e de estrutura fina quando seca.
A casca é rica em taninos , e por esta razão é utilizada para curtir e até tingir fibras.
História: No Chile. a fruta amarelo-esverdeada é consumida como alimento, as cascas do caule são usadas na curtição e a madeira é usada na produção de carvão vegetal; As folhas do boldo têm sido usadas pelos nativos sul-americanos há séculos.
Faz parte da farmacopeia homeopática. O extrato de boldo também é usado para dar sabor a bebidas alcoólicas. Um estudo etnobotânico demonstrou a importância do boldo na cultura guatemalteca como planta medicinal.
Modo de Conservar : As folhas são utilizadas frescas ou secas ao sol, em local ventilado e sem umidade. Guardar em sacos de pano ou papel.
Origem : Chile
Propriedades : Afecções do fígado e do estômago, litíase biliar, cólicas hepáticas, hepatites, dispepsia, tontura, insônia, prisão de ventre, reumatismo, gonorreia,
Princípios Ativo : Alcaloides derivados de aporfinas: laurolitsina, reticulina, isoboldina, boldina, a N-metil-laurotetanine, laurotetanina, isocoridina. e norisocoridina; Alcaloides isoquinolínicos: pronuciferina, sinoacutina, 6a, 7 -dehydroboldina, coclaurina; Óleo essencial (46 compostos): p-cimeno, ascaridol , 1, 8 cineol, p-cimeno-7 -01, transverbenol, timol, eucaliptol, eugenol; flavonoides: peumosídeo boldosídeo; Ácido tânico; Gomas; Terpeno; Boldoglucina.
Modo de Usar :
Colecistites, eliminador de cálculo biliar (ácido úrico e oxalato de cálcio) - Em 1 xícara (chá), coloque 1 colher (sobremesa) de folhas picadas e adicione água fervente. Abafe por 20 minutos e coe. Tome 3 xícaras (chá) ao dia, sendo uma em jejum, e as demais 30 minutos antes das principais refeições.
Afecções gástricas, afecções hepáticas, afecções renais, inapetência - Coloque 3 colheres (sopa) de folhas picadas em 1 garrafa de vinho branco. Deixe em maceração por 5 dias, agitando o líquido de vez em quando. Coe. Tome 1 cálice antes das principais refeições.
Insuficiência hepática, colecistites, cálculo biliar (ácido úrico ou oxalato de cálcio), inapetência - Coloque 2 colheres (sopa) de folhas picadas em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 70%. Deixe em maceração por 5 dias, mexendo de vez em quando. Coe. Tome 1 colher (café), diluído em um pouco de água, antes das principais refeições. Antes da utilização, colocar as doses diárias ao sol, para evaporar o álcool nelas contido.
Colecistites, cálculos biliares decocção: ferver 15g de folhas de boldo em 1 litro de água, por dois minutos. Coar, adoçar e beber duas xícaras (chá) por dia. Vinho medicinal: macerar por três dias, 30g de folhas de boldo em um litro de marsala. Filtrar o líquido , colocá-lo em uma garrafa e consumir um calicezinho ao fim de cada refeição.
Contra Indicação : Tomada em doses maiores que as recomendadas, pode provocar vômitos. Cuidados com a planta seca: as folhas dessecadas vão reduzindo os teores das substâncias citadas à medida que envelhecem, até chegar ao ponto em que se tornam inúteis tanto para fins medicinais como aromáticos.
Os estoques velhos deverão portanto ser substituídos por folhas novas da última colheita. Adquirir a planta somente em casas especializadas, visto que a planta não cresce no Brasil, e somente é encontrada na forma seca.
Boldo do Chile
Precauções: Mudanças nas taxas sanguíneas de bilirrubina, glicose, colesterol, aspartato-arginina transferase, alanima de 1 gina-amino transferase e ureia, devem ser monitoradas.
Superdosagem: Quando consumido em quantidades excessivas. acima de 10 mg de extrato seco, pode causar vômitos, diarreias, tonturas, alucinações audiovisuais, tontura e convulsões.
Posologia: O efeito do extrato de Boldo no tempo de trânsito intestinal foi estudado em uma dose de 2,5 g dia; 1 a 4 gotas em água de tintura diluída em água, 3 vezes ao dia; 2g de folhas secas ou 4 g de folhas verdes -1 colher de sopa para cada xícara de água, em decocto ou infuso, 2 a 3 vezes ao dia;
Pó: 1 a 2g ingeridos 3 vezes ao dia, antes das principais refeições:
Extrato fluido: 1 a 3 gotas em água, até 3 vezes ao dia; Extrato é3 vezes ao dia.
Interação medicamentosa: Pode potencializar o efeito de depressores do SNC, com risco de depressão respiratória. Não devem ser usados concomitantemente; Pode causar reação semelhante se o produto contiver álcool.
Potencializa o efeito de diuréticos; Uma mulher com 67 anos, usando 2 mg de varfarina: teve aumento nos parâmetro anticoagulantes ao usar boldo após refeições e feno-grego antes. Uma semana após o término do uso de boldo e feno-grego, os parâmetros anticoagulantes retornaram à escala terapêutica. Como a paciente recusou-se a parar de tomar os produtos, foi diminuída a dose de varfarina em 15% para manter os parâmetros dentro da escala terapêutica.
Toxicologia: Doses de 0,5mg/g foram letais para ratos e de 15g causaram intoxicação fatal em cães; A morte ocorreu por depressão respiratória; Estudos mais recentes relatam baixa toxidade em animais; A boldina pode causar alterações mitóticas das células e mutações em fermentos; A boldina administrada a humanos e ratos não mostrou aumento significativo de aberrações cromossomiais em outro estudo.
Boldo do Chile
Farmacologia: A variação genética do óleo essencial, assim como do conteúdo de alcaloides depende da estação, local, sexo, altura da cobertura de árvores, idade da folha, e intensidade de luz; Doses orais de 0,5 mg/g a 15 gramas foram letais para ratos e causaram intoxicação fatal a cães.
Em ambos casos, a morte foi causada pela depressão respiratória. Fisiologicamente o boldo estimula o sistema nervoso central (SNC), causando reflexos exagerados, coordenação perturbada e convulsões. Em grandes doses, o boldo causa a paralisia dos nervos motores e sensoriais, e eventualmente também a paralisia das fibras musculares, causando a morte por parada respiratória.
Em determinados animais/culturas celulares, eventos de recombinação mitótica tais como cruzamento e conversão gênica foram induzidos pela boldina, também apresentando pequenas mutações em células de levedura. Em outro estudo o efeito clastogénico em linfócitos humanos da substância boldina foi testado in vitro, com uma administração de até 900 mg kg em camundongos, porém nenhum aumento significativo na frequência de aberrações cromossômicas foi observado.
Riscos de saúde sérios existem com uso interno desta erva em seres humanos; Os extratos de boldo e do alcaloide boldina exibem propriedades coléricas que estimulam o fluxo biliar. Além das ações benéficas ao trato gastrintestinal, a boldina também mostrou exercer efeitos anti inflamatórios e antipiréticos. O composto boldina é um inibidor eficaz na síntese da prostaglandina; Em vários estudos, o composto boldina demonstra ações citoprotetoras e antioxidantes.
Em um estudo, a boldina impediu a hemólise dos eritrócitos por radicais livres; O óleo essencial do boldo demostrou efeitos antimicróbicas contra vários organismos, incluindo Streptococcus pyogenes, espécies do gênero Micrococcus e do gênero Gandida; Outros estudos sobre da boldina demonstraram um bloqueio neuromuscular do nervo frênico diafragma de camundongos sensibilizam o receptor de rianodina e induzem a liberação de cálcio para armazenamento em músculos esquelético isolados, absorvem a radiação ultravioleta, sugerindo um possível uso como protetor solar; Uma patente foi concedida para o uso do boldo em produtos cosméticos/dermatológicos para impedir o processo de envelhecimento; O boldo também foi estudado como um marcador radioativo de células do sangue e proteínas plasmáticas, mapeando a endocitose dessas células.
Boldo Baiano

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